15 de maio de 2016

Ela não é invisível de Marcus Sedgwick

"Laureth é uma adolescente cega de 16 anos, e seu pai é um autor conhecido por escrever livros divertidos. De uns tempos pra cá, ele vem trabalhando em uma obra sobre coincidências, mas jamais consegue terminá-la. Sua esposa acha que ele está obcecado e prestes a ter um ataque de nervos. Laureth sabe que o casamento dos pais vai de mal a pior quando, de repente, seu pai desaparece em uma viagem para a Áustria e seu caderno de anotações é encontrado misteriosamente em Nova York. Convencida de que algo muito errado está acontecendo, ela toma uma decisão impulsiva e perigosa: rouba o cartão de crédito da mãe, sequestra o irmão mais novo e entra em um avião rumo à Nova York para procurar o pai. Mas a cidade grande guarda muitos perigos para uma jovem cega e seu irmãozinho de 7 anos."

É um livro intrigante, e já começa com Laureth, a adolescente de 16 anos cega com algumas desconfianças do que pode ter acontecido com o pai, já que o mesmo não responde suas ligações e no e-mail de seu pai, (que a mesma cuida), recebeu um e-mail com fotos de um caderno que ele usa para escrever suas ideias, deixando-a muita preocupada.

Por sua mãe não ligar pelo possível desaparecimento de seu pai, e, aproveitando que a mesma irá viajar por um dia, Laureth decide então pegar seu irmão e viajar até NY em busca de seu pai. O irmão a acompanha em todos os lugares em busca de novas pistas sobre o pai, e claro, resgatar o caderno. A princípio eles ficam um pouco perdidos nessa grande cidade, mas com a ajuda do garotinho que encontrou o caderno, eles conseguem ir exatamente aos lugares onde seu pai esteve. Mas sem nunca o encontrá-lo de fato.

A história começa a ficar mais emocionante e intrigante exatamente nesses acontecimentos, quando não o encontram. E também quando Laureth, seu irmão e o garoto que está ajudando estão sendo perseguidos e acabam sendo assaltados, já que nos jornais os irmãos estão sendo procurados por entrarem no país sem um acompanhante de maior. É aí que os fatos começam a se desenrolar. Eles voltam para o hotel onde o pai deles deveria estar hospedado, temendo que os caras que os assaltaram voltassem. E sim, eles voltam.

O livro trata um pouco sobre o pensamento humano, a idealização da pessoa, de como ela é, através de Laureth, já que é uma adolescente cega, no qual desde que nasceu é impossibilitada de enxergar. Em um momento específico do livro, o garoto que está ajudando a encontrar seu pai comenta que é negro e pergunta para Laureth o que ela acha sobre isso, já que ficou a mesma ficou surpresa pela revelação do garoto. Neste momento pode-se perceber que independente de Laureth ser cega ou não, de como ela “enxerga” as pessoas, não pela cor, e sim como elas a tratam.

É um livro curto e o desenrolar dele é um pouco mais rápido do que estamos acostumados, mas de todo modo ele é incrível. Ler um livro pela perspectiva de uma personagem deficiente visual é surpreendente, o tempo todo ficava imaginando-me em seu lugar sendo guiada por Ben, seu irmão. Conseguia imaginar as cidades em que passavam apenas pela breve descrição de Ben. Esse livro te faz ter uma nova perspectiva de vida, de como as pessoas, neste caso com deficiência visual, vive o mundo. Exatamente como nós, e às vezes, até melhor.

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